Zoologia IV: Filo Platelmintos

Platelmintos

Os Platelmintos, pertencentes ao filo Platyhelminthes, que faz parte do reino Animália (Metazoa) e é subdividido em quatro classes, são vermes de corpo achatado dorso-ventralmente e de pouca espessura. Entre eles encontram-se diversas espécies de vida livre, que se desenvolvem na água (planárias), com poucos centímetros de comprimento, e outras maiores, de meio terrestre úmido, e outros são importantes parasitas humanos, como as tênias e os esquistossomos.
Características e Inovações Evolutivas
Os platelmintos estão ligados a diversos filos por possuírem um mesmo ancestral comum (coanoflagelado), apresentando características semelhantes, como a multicelularidade, a comunicação e cooperação celular e a presença da fase de blástula no desenvolvimento de seu embrião (as quais serão explicadas posteriormente), entretanto, apresentam um grau mais elevado de evolução, pois quando comparados aos poríferos e aos cnidários (filos anteriores) possuem característica evolutivas próprias, como o progresso na organização corporal e a presença de simetria bilateral (possuem lado direito e lado esquerdo, região anterior e posterior, região ventral e região dorsal), que nos filos anteriores era radial. Os platelmintos também são conhecidos por serem os primeiros animais triblásticos, pois ocorre a formação de um terceiro tecido entre a ectodereme e a endoderme (folhetos pré-existentes): a mesoderme, que futuramente formará os músculos. Podemos perceber na figura a seguir um cladograma que mostra os folhetos existentes em cada filo do reino metazoa:


Eles possuem sistema digestório incompleto: o alimento entra pela boca e enzimas digestórias, produzidas nas células especializadas das paredes da cavidade gastrovascular, atuam sobre ele. Os restos também são eliminados pela boca, já que esses animais não possuem ânus. Alguns nem tubo digestório possuem, vivem como parasitas, absorvendo o alimento do hospedeiro no qual se instalam.


Não possuem sistema circulatório nem respiratório, a distribuição dos alimentos digeridos é feita célula a célula, assim como as trocas gasosas, que acontecem por toda a superfície do corpo através da epiderme. Entretanto, possuem um sistema excretor formado por uma rede de finos canais que se comunicam com o exterior do corpo e células especializadas, as células-flama, com cílios que batem constantemente, produzindo uma corrente de água que conduz os resíduos para fora do corpo do animal.
Quanto ao seu sistema nervoso, possuem um par de gânglios cerebrais ligados a dois cordões nervosos longitudinais, dos quais partem nervos para todo corpo, levando os estímulos captados pelas células sensoriais; nos cnidários, é difuso, em rede;
Em seu desenvolvimento embrionário, a fase de blástula está presente, já que é a apomorfia do reino metazoa, ou seja, todos os filos possuem essa fase no desenvolvimento de seu embrião. Acontece quando o zigoto sofre inúmeras mitoses e dá origem ao blastômero, essencial para a formação da blástula e da mórula.
Cooperação e comunicação celular: Para que um organismo multicelular seja possível deve haver comunicação entre suas células, pois é necessário que elas colaborem entre si e que seu comportamento possa ser coordenado. Essa comunicação é mediada por moléculas-sinal extracelulares que são recebidas por proteínas receptoras ao se ligarem a eles. Isso ativa o receptor, responsável pelo acionamento de vias intracelulares de sinalização, que são compostas por pequenas moléculas sinalizadoras e proteínas sinalizadoras intracelulares.Por fim, os platelmintos apresentam ocelos, estruturas sensoriais fotorreceptoras que não formam imagens, apenas comunicam aos centros nervosos a direção e a intensidade da luz.

Classes

Como visto anteriormente, os Platelmintos são divididos em quatro classes, sendo elas Turbellaria, Trematoda, Cestoda e Monogenea. Veremos um pouco das características dessas subdivisões.

Classe Turbellaria: Turbelários
Nessa classe encontramos os platelmintos de vida livre, ou seja, aqueles que não são parasitas de outros organismos. Entre os platelmintos de vida livre, a maioria apresenta hábito predatório, porém há espécies que se alimentam de matéria orgânica em decomposição.
Essa classe é representada pelas espécies de planária, organismos que são encontrados em ambientes marinhos, em água doce (dulcícola) ou ainda em solos com bastante umidade. As planárias são hermafroditas, isto é, possuem o sistema reprodutor masculino e feminino, mas são incapazes de realizar a autofecundação, por isso sua reprodução assexuada se dá por fissão, quando uma planaria origina duas por meio de um “corte”, o que só é possível devido a incrível capacidade de regeneração que possuem. No acasalamento ou cópula, duas planárias se aproximam e colocam em contato orifícios que possuem na superfície ventral do corpo, os poros genitais, por onde trocam espermatozoides mutuamente. Nesse caso, a fecundação é chamada cruzada e interna. Após a fecundação, o zigoto desenvolve-se sem passar por estágio larval e, portanto, o desenvolvimento é direto.
Classe Trematoda: Trematódeos
Todas as espécies dessa classe são parasitas de outras espécies, e a maioria realiza parasitismo em animais vertebrados. Esses parasitas não possuem estruturas sensoriais e, em geral, são endoparasitas, vivendo no interior dos corpos de seus hospedeiros. Um representante dessa classe é o Schistosoma mansoni, parasita causador da esquistossomose ou barriga-d’água. A reprodução do esquistossomo se dá primordialmente de forma sexuada, já que esses organismos são dioicos (existem fêmeas e machos). O macho é maior em diâmetro e possui um canal ginecóforo, onde se encontra a fêmea e onde acontece a fecundação. O ovo formado possui uma espécie de espinho, para assim furar os tecidos humanos e chegar ao intestino, sendo liberado junto com as fezes. Em um ambiente aquático, o ovo agora se reproduz assexuadamente dentro de um hospedeiro intermediário, o caramujo. Assim formam-se as cercárias, que, liberadas em praias e rios (ambientes aquáticos no geral), penetram a pele dos seres humanos, iniciando assim um novo ciclo.






Classe Cestoda: Astoides
Esses platelmintos parasitas não apresentam sistema digestório e absorvem de seus hospedeiros os nutrientes por difusão, pela superfície do corpo, o que representa uma adaptação ao modo de vida parasitário. As tênias, também chamadas de solitárias, das espécies Taenia solium e Taenia saginata, são exemplos dessa classe que parasitam o homem. Elas são organismos monoicos, ou seja, possuem aparelho reprodutor masculino e feminino, realizando, assim, autofecundação, quando os espermatozoides de uma proglótede fecundam o ovulo de outra.




Monogenea
Considerados durante largo tempo como uma ordem da classe Trematoda, foram separados, entre outros motivos, por apresentarem um ciclo de vida com um único hospedeiro, enquanto que os Digenea (a ordem principal dos tremátodos) apresentam de dois a quatro. É uma classe de vermes maioritariamente ectoparasitas de organismos aquáticos, que atacam principalmente peixes e anfíbios. São comuns na pelebarbatanasguelras e brânquias dos peixes e menos comuns na bexiga e no recto de alguns vertebrados ectotérmicos









Fontes:
bioblogt118.blogspot.com/.../platelmintos-osplatelmintos-sao-verm
facos.edu.br/.../doencas_parasitarias_causadas_por_platelmintos_na...
https://evolucaodecientistas.wordpress.com/2017/08/15/reino-metazoa/

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Exercícios da página 47

Zoologia II: Filo Porífera

Bactérias -III