Zoologia III: Filo Cnidaria

                                            Filo Cnidaria


     O filo Cnidaria (do grego knide, urtiga), conhecido também como Celenterados (coilos, oco, e enteron, intestino), tem como representantes as anêmonas, corais, águas-vivas, medusas e hidras, todos aquáticos. Estes foram os primeiros animais a apresentar diferenciação de tecidos, a ectoderme e a endoderme (segundo folheto germinativo dos animais), cada um com funções separadas; são, portanto, organismos diblásticos (dois tecidos). Também possuem como novidades evolutivas a estrutura com simetria radial (diferindo dos poríferos, que são assimétricos) e a presença de células nervosas numa rede difusa, originada da ectoderme e presente em ambos tecidos do corpo do animal. Não possuem sistemas circulatório, respiratório ou excretor (a respiração ocorre com a absorção do oxigênio da água por difusão, diretamente pela ectoderme; da mesma forma são eliminadas as excretas). Alguns cnidários têm a habilidade da bioluminescência.









ESTRUTURA
     Os cnidários possuem corpo maleável e muitas vezes de aspecto gelatinoso, podendo ser tubulares (pólipos) ou em formato de guarda-chuva (medusoides). Há tentáculos dispostos ao redor de uma boca central. Podem viver solitários ou em colônias; são aquáticos e quase todos marinhos, com frequência são de cores vibrantes e muitos são luminescentes.
     Este filo desenvolveu dois folhetos germinativos na fase embrionária, a ectoderme e a endoderme. A ectoderme originou a epiderme, camada celular mioepitelial que reveste o corpo externamente, e tem funções musculares. A endoderme originou a gastroderme, uma camada gastro-muscular interna que reveste a cavidade gastrovascular dos cnidários. Entre esses dois tecidos há uma camada de consistência coloidal (gelatinosa) atravessada e preenchida por células nervosas, a mesogleia. Essa camada é mais abundante nas medusas do que nos cnidários pólipos.
     Os indivíduos deste filo apresentam um tipo característico de células, os cnidócitos, estruturas urticantes que servem para defesa e captura de presas; se concentram principalmente nos tentáculos. O cnidócito (ou cnidoblasto) possui uma estrutura sensível em forma de gancho (o cnidocílio) que adere à superfície da presa, e em seu interior uma cápsula preenchida com líquido e um filamento urticante, que é disparado na presa para paralisá-la. Essa estrutura responsável pelas toxinas dos cnidários é chamada nematocisto.






REPRODUÇÃO
     A reprodução dos cnidários ocorre comumente por alternância de gerações: o ciclo de vida apresenta alternância entre uma fase natante livre (medusa, que se reproduz sexuadamente liberando seus gametas na água) e uma fase séssil (pólipo preso ao substrato, se reproduzindo assexuadamente por brotamento), ciclo chamado de metagênese


     Nas espécies em que o ciclo de vida tem apenas uma fase, pode ocorrer também só uma das formas de reprodução, como nas hidras, que se reproduzem assexuadamente por brotamento. Assim, os cnidários podem ser monoicos (os dois sexos estão presentes no mesmo organismo) ou dioicos; alguns apresentam gônadas simples. Na fase embrionária, ocorre clivagem holoblástica.



DIGESTÃO
     O sistema digestório dos cnidários é incompleto: só há um orifício presente no corpo - a boca, que se forma do blastóporo da gástrula. A cavidade digestiva (gastrovascular) origina-se do arquêntero -formado na fase embrionária de gástrula- e tem a função de realizar a digestão e o transporte de nutrientes para todo o corpo.
     O alimento é capturado com a ajuda dos tentáculos ao redor da boca. A presa é paralisada pela ação dos cnidócitos e nematocistos, que é deglutida e parcialmente digerida com a ação de enzimas excretadas por células mioepiteliais digestivas. Nessa primeira etapa ocorre a digestão extracelular, como na maioria dos animais. O alimento não digerido é  absorvido pelas células da gastroderme, que completam o processo com uma digestão intracelular (o que em parte restringe o tamanho do alimento que pode ser ingerido. O surgimento da cavidade gastrovascular, no entanto, permitiu que as presas fossem agora maiores). O que não é digerido e não pode ser aproveitado, como a quitina do corpo de algumas presas, é eliminado pela boca.










      REFERÊNCIAS:
https://www.biologiatotal.com.br/blog/cnidarios-59.html
https://www.estudopratico.com.br/segmentacao-holoblastica-e-meroblastica/
https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/biocnidario.php

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